Quebrada Cultural movimentou a Praça do Coqueiral em João Pessoa
- joelma633
- há 1 dia
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A cultura urbana incendiou a Praça do Coqueiral, em Mangabeira, nesta quarta-feira, 30 de julho, com a realização do 1º Quebrada Cultural - Circuito Itinerante de Hip-Hop, promovido pelo Projeto Arte e Cultura nas Periferias.
Para abrir o circuito aconteceu uma roda de conversa com Hildevânia Macedo, psicóloga clínica, ativista antirracista e antimanicolonial, mestranda em Psicologia da Saúde pela Universidade Estadual da Paraíba, e Anna Silva, graduanda de Psicologia, abordagem histórico cultural, como foco na Psicologia Negra e pesquisa na área da interseccionalidade. Ambas abordaram o tema da saúde mental, fazendo um diálogo com reflexões de como fortalecer o movimento e cuidar de quem o sustenta. E destacaram que é fundamental criar espaços de cuidado, escuta e acolhimento para quem vive e produz arte dentro do movimento do hip-hop e da cultura que enfrenta as desigualdades vivenciadas sobretudo nas periferias.
O evento celebrou a força e a expressão da juventude periférica por meio do slam e da batalha de rima. O foco do circuito foi a valorização de artistas locais e incentivo à ocupação cultural de espaços públicos, fortalecendo a arte e reflexão das produções culturais das comunidades da cidade. Na programação, além das batalhas de rima e slam foi apresentado um pocket show de MC Hirlla, com participação de Keyla Kaya.
O evento foi uma parceria entre a Casa Pequeno Davi e a Batalha do Coqueiral, que desde 2018, promove semanalmente atividades culturais na Praça Ellen Lucy (conhecida como Praça do Coqueiral), no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. O coletivo integra ativamente a cena hip-hop da cidade, reunindo MCs em duelos de improviso que desafiam a criatividade e a consciência crítica do público. Mais do que um encontro de talentos, a Batalha do Coqueiral se consolida como um espaço de resistência e afirmação cultural, mantendo viva a essência do Hip-Hop: ritmo, poesia, arte, movimento e sabedoria.
Para Magrin, um dos organizadores da Batalha do Coqueiral, o hip-hop é uma válvula de escape, através da cultura, da leitura, das rimas improvisadas, das poesias, a gente consegue resgatar vidas e destaca a importância da parceria com o projeto.
“A importância desse projeto é enorme para nós que mostra o quanto ainda existem movimentos socioculturais que estão por nós e estão para fortalecer o corre da periferia”, acrescenta Magrin.

O 1º Circuito Itinerante foi realizado de forma gratuita e aberto ao público reunindo mais de 170 pessoas, como uma ação do Projeto que tem como objetivo geral, contribuir no enfrentamento à marginalização das expressões culturais de grupos de hip-hop, rap, slam e passinho dos municípios de João Pessoa e Campina Grande, no Estado da Paraíba, além de promover a valorização em seus territórios como forma de promoção dos direitos humanos e cultura de paz, e de igualdade de gênero, racial, geracional e de orientação sexual.
De acordo com Miguel Segundo coordenador do projeto, “essas parcerias entre Organizações contribuem para o fortalecimento de movimentos culturais que transformam vidas. O hip-hop foi reconhecido como patrimônio imaterial do estado da Paraíba, através da lei 12.579 de 2023, mas ainda existe muito a ser feito”, acrescenta.

O Projeto Arte e Cultura nas Periferias é executado pela Casa Pequeno Davi, com apoio da Acajaman-PB e financiamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública e Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD).
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